Aquela árvore
Está ali...
Em mim.
Sei que me vê...
E sei que não pensa
Nada de mim
Por não saber que me vê.
Um dia
Há-de tombar cá dentro
Por si mesma.
Mas esse dia
Não é mais que este instante,
Porque só a presença
Espera por si própria
No futuro.
( Ruy de Portocarrero - hora interrompida )
Está ali...
Em mim.
Sei que me vê...
E sei que não pensa
Nada de mim
Por não saber que me vê.
Um dia
Há-de tombar cá dentro
Por si mesma.
Mas esse dia
Não é mais que este instante,
Porque só a presença
Espera por si própria
No futuro.
( Ruy de Portocarrero - hora interrompida )
1 comentário:
Estou estupefacto: os versos são
belíssimos, falando sobre uma ár-
vora que o poeta vê, debaixo para
cima, mas a árvore olha de cima para cima, não pode ver quem a pen-
sa, fotografa, e eterniza contra um céu ainda vivo. Hastes breves e
múltiplas. Uma voz ao alto, despida
de som. Hastes falando os seus gestos. E depois uma sombra após
ela. Ela não, outra talvez.A dife-
rença, a terra despida. A visita de
uma sombra. Eu, sombra.
Eu, tio
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