.Sorrisos abstractosMurmuram preces surdas...E os sinosContinuam a tocarDentro de mim.Sei que morri...Enquanto que meu corpoSegue indiferenteO destino da cidadeSei que morri...E sei que sou alguémVivendo para os outros,Alguém que já não viveMorrendo para si próprio.
( Ruy de Portocarrero - hora interrompida )
.A istoChamam dedosMãosOlhosRosto...Formas que existemPara nos dar uma forma.E dizemos que existimos...Nós não existimosNo momentoEm que existimos.Mas se existimosPelo facto de não existirmos,Não só DeusTerá o privilégio de não existirEnquanto existe.
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( Ruy de Portocarrero - hora interrompida )
O que me convenceNeste compasso de espera,Não é o agonizante silêncio De qualquer estátua...Nem o indiferente sorrisoDuma rua sem nome...O que me convenceÉ a certezaDe que a tua juventudeNão foge, não me entristece...Apenas sei que envelhece.
( Ruy de Portocarrero - hora interrompida )