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Sorrisos abstractos
Murmuram preces surdas...
E os sinos
Continuam a tocar
Dentro de mim.
Sei que morri...
Enquanto que meu corpo
Segue indiferente
O destino da cidade
Sei que morri...
E sei que sou alguém
Vivendo para os outros,
Alguém que já não vive
Morrendo para si próprio.
( Ruy de Portocarrero - hora interrompida )
Sorrisos abstractos
Murmuram preces surdas...
E os sinos
Continuam a tocar
Dentro de mim.
Sei que morri...
Enquanto que meu corpo
Segue indiferente
O destino da cidade
Sei que morri...
E sei que sou alguém
Vivendo para os outros,
Alguém que já não vive
Morrendo para si próprio.
( Ruy de Portocarrero - hora interrompida )
5 comentários:
Belas interpretações figurativas dos poemas de Portocarrero.
Beijinho
Quem sabe que morreu? A parede (de
uma casa?)sangra o seu sangue des-
colorido mas isso não lhe dá o di-
reito de se saber morta, ou quase morta, porque se constitui apenas
como «coisa» sem consciência «de si».
Então devemos questionar a nature-
za da «coisa», a imagem de uma pa-
de fracturada, escorrendo algum cu-
rativo impróprio, também ele des- cuidado e breve. O enigma permance
e por isso, enquanto receptores
desta «imagem», só nos resta, além
de fazer um juizo de orientação plástica, deixar uma pergunta ao
«tranmissor» da «mensagem»: só ele
pode enriquecer a mediação entre nós e aquela ruina num contexto de
morte. Quem sabe que morreu?
Acrescento agora uma nota de apreço
ao poema e às pistas que nos dá pa-
sabermos quem morreu. Então a foto
parece «ilustrar» o poema e voz de
um poeta morto. Quem vê e quem lê tem o direito de ler a fotografia em autonomia, arte autónoma. A li-
gação de uma coisa à outra é um ou-
tro artifício poético. Porque o poema também é autónomo.
__________________________
ressalvo erros anteriores «parede»
e «descuidado»
APONTAMENTO
Em qualquer livro
Há um diálogo constante
Entre as imagens...
E todas elas
Se divertem
Brincando
Com os olhos.
( Ruy de Portocarrero -
- Promessas e Loucuras )
****************** **************
As tuas imagens, Daniminha, não brincam apenas com os nossos olhos, mas sim com todos os nossos sentidos.Brincar é bom, sem limites ou condições como uma criança que parte cada dia à descoberta da vida sem ter de acreditar que para cada coisa só existe um significado ou uma só razão.
Amormeu,
continua a fazer-nos navegar sem fronteiras através do oceano imaginativo que é a nossa mente.
Brincar é bom.
E eu adoro fazê-lo contigo, Danishe.
Khanimambo por existires, NAKURANDZA YINTAMO.
Eusempreteu
É bom voltar aqui e sentir novamente a atmosfera deste sítio. Obrigada por teres estado presente no meu regresso. **
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